A Experiência PETiana de Guilherme

Depois de mais de 4 anos como membro do PET-Química da Universidade Estadual de Maringá, sinto-me pronto para falar um pouco mais da minha experiência no grupo e como me fez crescer imensuravelmente.

Logo na primeira semana da minha graduação, iniciada em 2018, tive meu primeiro contato com o PET e com os PETianos. A Quicalourada tinha a presença contínua de membros do PET ajudando a organizar e coordenar o evento, sempre com uma atenção especial para os calouros que sempre precisavam de ajuda, seja para entender os caminhos da UEM ou para entender como funcionava o Departamento de Química e outras dúvidas afins.

Quicalourada 2018

Já ali, soube que o processo seletivo para ingresso no grupo estava aberto, mas num primeiro momento, não me interessei. A minha querida amiga, Britney, que me acompanhou em todos os anos da graduação e do PET, convenceu-me a entregar os documentos e fazer o processo seletivo. Depois de todas as etapas, fomos aprovados como novos membros do PET-Química. Nesse momento, iniciou-se uma relação que só terminou com minha colação de grau. A minha experiência na graduação não se descola, em nenhum instante, da minha experiência como PETiano.

PETianos Egressos Fernanda, Britney e Guilherme.

Tendo já um breve histórico de como me tornei PETiano, quero dividir meu texto sobre a experiência PETiana em três frentes de crescimento: universitário, profissional e pessoal.

Crescimento universitário

Quando digo “crescimento universitário” quero dizer como o PET me ajudou a crescer ao longo da graduação como estudante e na relação com os professores. Já mencionei que fiz parte do PET-Química e, estudante de Química ou não, você, leitor, pode achar que há algo de louco em quem estuda Química. De fato, o curso não é fácil, afinal, nenhum curso universitário é, mas não é, de maneira alguma, impossível como muitos pensam.

Logo no primeiro ano de curso, as matérias mais pesadas da Matemática aparecem para aterrorizar os calouros, Cálculo e Geometria Analítica que o digam. Eu as temia desde o momento da aprovação no vestibular, mas tinha a certeza que as enfrentaria de cabeça erguida. Fato é que as primeiras notas tiveram o efeito de abaixar um pouco minha cabeça, mas foi nesse momento que o PET teve importância crucial. Dentro do grupo, era formada uma rede de apoio em que quem já havia passado pela disciplina ajudava quem estava com ela em curso e quem ainda não havia passado, incentivava e dava forças da melhor maneira possível.

Quantas vezes, ao chegar no PET, deparei-me com colegas debruçados sobre livros e listas de exercícios, ou cansados de tanto estudar e tirando um cochilo para poder enfrentar mais algumas horas de estudo. Apesar de todo cansaço e até da vontade de desistir, é certo que nunca faltou a ninguém o apoio necessário para vencer as disciplinas. Essa família que é o PET nunca deixa ninguém pra trás.

JOPARPET 2019

Tem uma coisa que não posso deixar de mencionar. Por ser uma família, ao entrar no PET, você ganha um sobrenome novo: “do PET”. Pode ser que se perguntarem pelo meu nome completo para algum professor, ele não se recorde de quem é, mas se você perguntar pelo Guilherme do PET, as chances dele se lembrar crescem bastante. Isso se deve ao fato dos professores esperarem que os PETianos sejam alunos que mantêm um bom rendimento acadêmico e que se dedicam ao máximo às disciplinas e às outras atividades que realizam. Ser conhecido e reconhecido pelos professores é de grande ajuda quando, no futuro, se decidir realizar algum projeto de mestrado, alguma indicação profissional, etc.

Crescimento profissional

Quando falo sobre o crescimento profissional que o PET me proporcionou, refiro-me às habilidades que aprendi ao longo desses anos no grupo. Falar em público, montar uma apresentação de slides, usar softwares para aplicação em química, organização de tarefas e de horários, entre outros.

Como entrei no PET assim que entrei na graduação, ainda estava sem compreender da melhor maneira como organizar todas minhas tarefas para realizá-las em tempo hábil. Foi com o PET que eu aprendi, pelo menos um pouco, como me organizar. Seja utilizando uma agenda de papel ou algum aplicativo que permita a organização de tarefas, foi assim que aprendi a determinar as tarefas prioritárias e realizá-las antes de quaisquer outras. A minha organização está longe de ser impecável, mas melhorou muito desde meu ingresso no PET.

Falar em público e montar apresentações com certeza não eram minhas especialidades, longe disso, eu tinha muita dificuldade em realizar essas tarefas. Sendo PETiano, fiz muitas apresentações orais e várias apresentações de slides e em cada uma delas, eu ia evoluindo nesse aspecto. Ao final de cada apresentação, o grupo todo avalia a apresentação e é nesse momento, em que as críticas construtivas são feitas, que é aprendida e refinada a habilidade de falar em público.

Todo apoio para uma boa graduação e o aprendizado de habilidades aplicáveis na vida profissional são o que impulsiona o crescimento profissional para um membro do PET. Seja por 4 anos ou por 4 meses, tenho certeza que como membro do PET, sempre há algo a aprender.

PET na Praça 2019.

Crescimento pessoal

É claro que todo o crescimento universitário e profissional são fatores que acrescentam no crescimento pessoal do indivíduo, mas quando me refiro a crescimento pessoal, falo sobre o lado humano do PET e de como as interações humanas nos fazem crescer.

Todas as tardes de sexta, a reunião do PET era compromisso fixo, onde o encontro era para definir os caminhos das atividades do grupo. Ali, se encontrava os amigos para um momento mais formal, mas ao longo da semana, nossos encontros na sala do PET eram descontraídos e tornavam a vida universitária mais leve. A amizade de todos acrescentou muito a mim pessoalmente. Entretanto, duas coisas foram as mais importantes para meu crescimento pessoal: os momentos de luta pela universidade pública e pelo programa e as atividades beneficentes que realizamos.

PET Solidário 2019 no Lar dos Velhinhos

Infelizmente, a universidade pública e o PET são atacados constantemente pelos poderosos do país que tem aversão a conhecimento e ciência sendo produzidos no nosso país. No governo FHC, grandes protestos a favor do PET foram realizados em Brasília, mas de maneira alguma, foi o final. O financiamento universitário e de pesquisa no Brasil tem caído a cada ano e não tem perspectiva de melhoria, aí é que entra nossa luta. Nos grandes protestos de maio e junho de 2019, onde o movimento estudantil se levantou contra os ataques do então ministro da Educação ao ambiente universitário, o PET estava presente. A luta por uma universidade pública, gratuita e de qualidade faz parte da história PETiana e foi nessa luta que aprendi a importância de lutar pelo acesso à universidade e pelo acesso de toda população a oportunidades de se viver com dignidade.

Em uma das atividades beneficentes do PET, foi onde mais aprendi. No PET Solidário de 2018, fomos ao Asilo São Vicente de Paulo para fazer doações para a instituição e brincadeiras com os residentes do asilo para levar alegria para a tarde deles. Quando terminamos as atividades, fomos conversar e interagir com todos, ali eu conheci o Seu Léo. Não lembro a sua história com todos detalhes, mas levo no meu coração todo aprendizado que tive com ele naquela meia hora em que fiquei sentado ao seu lado. Seu Léo é uma das pessoas que conheci que me inspiraram para poder lutar pelo desenvolvimento de uma sociedade melhor para todos.

Eu em conversa com Seu Léo

Espero que meu relato tenha te impelido de alguma maneira a vivenciar e conhecer o PET mais de perto. Te garanto que você vai sentir muitas coisas no PET, mas arrependimento não será uma delas.

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